Logística do futuro: Elétricos e autônomos

Segundo Márcio Antunes, executivo em Gestão de Operações e Logística, que compartilhou sua visão no LinkedIn, o setor logístico brasileiro já vive uma transformação impulsionada por tecnologias como caminhões elétricos e autônomos. A jornada começou em 2021, quando ele participou de um projeto pioneiro que trouxe o primeiro caminhão Volkswagen E-Delivery para o Centro-Oeste. Após meses de estudos, análises de viabilidade e projeções financeiras, o veículo chegou em 2022, marcando um novo capítulo na mobilidade urbana de cargas na região.

No campo dos veículos autônomos, Márcio destaca que eles já são realidade em ambientes controlados. Na última edição da Agrishow, a Volvo apresentou o FMX Stark, desenvolvido para operações na colheita de cana-de-açúcar. Testes em andamento em Itumbiara (GO) mostram que essa tecnologia avança, especialmente em cenários onde a logística é bem definida e a geografia, limitada. No entanto, ele avalia que, no médio prazo, os autônomos devem permanecer s a setores como mineração, agroindústria e zonas industriais fechadas.

Em relação aos caminhões elétricos, Márcio acredita que a transição para uma matriz energética mais limpa no transporte urbano é inevitável. Grandes cidades exigem soluções que reduzam as emissões de CO2 e o ruído urbano. Nesse cenário, os elétricos se mostram altamente viáveis para operações noturnas, sobretudo em setores como o varejo alimentar e as redes de conveniência. Inclusive, algumas empresas já testam operações em três turnos, onde o marketing se torna essencial para justificar os custos.

Por outro lado, os desafios ainda são significativos. Entre eles, estão o alto custo de aquisição, a necessidade de manutenção especializada e uma logística reversa de baterias que ainda está em estágio inicial. A conclusão de Márcio Antunes é clara: a modernização da logística brasileira a, necessariamente, por energia limpa, automação e conectividade — mas cada tecnologia tem seu próprio tempo e espaço para amadurecer.